Summary: |
A crescente complexidade de edifícios nos últimos anos tem sido um dos fatores que impulsionam o uso de modelos físicos e digitais em arquitetura. Nas atividades didáticas dos autores é possível notar que formas estruturais e coberturas de grandes edifícios, cuja geometria é curvilínea e complexa, acarretam dificuldades de representação, compreensão estrutural e de visualização. Por conseguinte nota-se que tais formas demandam o uso de programas gráficos para auxiliar na definição e representação de suas configurações. Neste artigo os autores relatam estudos de coberturas e estruturas complexas a partir de critérios geométricos econômicos, que incluem modulação e superfícies regradas. Embora modelos geométricos digitais facilitem a investigação e visualização dos espaços projetados, modelos físicos podem ser manuseados e desmontados para revelar seu interior e seus componentes, tornando mais tangível a compreensão de formas, espaços e sistemas técnicos construtivos. A representação física de um modelo digital é fundamental para a correta avaliação do projeto de arquitetura, pois permite materializá-la. Protótipos rápidos (PRs) podem cumprir esse papel, traduzindo arquivos CAD 3D em modelos físicos. A presente pesquisa procura compreender os aspectos de complementaridade existentes entre os recursos manuais e digitais, sobretudo, como reconciliar o meio analógico e o digital, por meio do uso da hibridação entre artefatos produzidos manualmente e protótipos rápidos fabricados por processo digital. Para tanto uma breve síntese de alguns estudos já realizados é apresentada e esta experiência na produção de PRs para inserção no processo de projeto criticamente relatada. Os autores utilizam o processo de prototipagem aditivo, isto é, por sobreposição de camadas, para realizar os experimentos e obter os modelos reais tridimensionais. Comparam o processo FDM (Fused Deposition Modeling, da Stratasys), que utiliza resina ABS, com a impressora 3D (3D Printer, da Z Corporation), que utiliza pó (substrato do gesso). Apontam algumas vantagens e desvantagens destes dois processos na produção de coberturas complexas. A intenção é despertar o interesse sobre a discussão a respeito dos meios de representação, salientando a possibilidade de utilizar o protótipo rápido como um meio de renovar o interesse dos profissionais e de estudantes de arquitetura por modelos físicos. Os autores estudam a cooperação entre os diversos meios de expressão e sua integração para desenvolver novas possibilidades no processo criativo. Portanto, o artigo contribui para a discussão em torno de procedimentos projetuais que possam aperfeiçoar tanto a metodologia de projeto como a comunicação e compartilhamento de idéias entre diferentes profissionais na área da arquitetura. Os resultados obtidos até o presente momento permitem afirmar que apesar de limitações em sua fabricação, os PRs contribuem para melhorar substancialmente a comunicação do projeto elaborado, particularmente de superfícies curvilíneas complexas. As maiores restrições ainda são a geometria adotada na modelagem, limitações das máquinas quanto às dimensões de fabricação de peças muito pequenas ou grandes, materiais empregados e custo ainda elevado na aquisição de máquinas e insumos. |