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Este artigo trata da temática “cooperação e intercâmbio entre as várias áreas de aplicações da gráfica digital”. Discute mais especificamente o projeto de edificações, as ferramentas computacionais disponíveis e que dão suporte ao processo de criação, desenvolvimento e representação gráfica e, das alterações metodológicas que os profissionais da área de Arquitetura, Engenharia e Construção Civil (AEC) devem fazer de forma a incorporá-las de forma eficiente e eficaz às suas rotinas de trabalho. A indústria da construção civil tem se tornado um mercado competitivo que vem buscado a certificação da qualidade das suas empresas e a satisfação dos seus clientes. Tal fato impõe que os profissionais que atuam na área de projeto de edificações tenham respostas cada vez mais eficientes e eficazes para os problemas a eles apresentados e que proponham soluções sustentáveis e integradas das múltiplas disciplinas. Cada vez mais é necessário o desenvolvimento de metodologias de trabalho que incorporem as novas tecnologias computacionais de apoio ao projeto e que permitam o aumento da produtividade, a melhoria do gerenciamento do processo construtivo, bem como da comunicação entre os vários agentes envolvidos. Tais exigências trazem como conseqüências o aumento na formalidade dos procedimentos adotados e a padronização dos produtos, dentre outros aspectos. A criação e a utilização de Modelos de Informação da Edificação ou BIM (Building Information Models) integrados às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) são alternativas tecnológicas que apontam como poderosas ferramentas a serem adotadas pelos profissionais do ramo de AEC, por permitirem este salto de qualidade do trabalho desenvolvido. Apesar de apresentarem, potencialmente, diversas vantagens quanto a sua utilização, atualmente estas ferramentas ainda não são amplamente utilizadas pelos profissionais brasileiros por apresentarem diversas dificuldades na sua implantação. Dentre estas necessidades estão: a reorganização do ambiente de projeto e não apenas da automatização do processo de desenho e representação; a compreensão dos novos conceitos incorporados no desenvolvimento e uso destas tecnologias; a existência de uma variedade de ferramentas disponíveis no mercado, trabalhando com diferentes conceitos de modelos; a inexistência ou pouca divulgação de estudos científicos embasados e confiáveis que apontem quais ferramentas adotar e como fazê-lo, e, finalmente a falta de produtos direcionados ao mercado brasileiro que incorporem os padrões, terminologias e metodologias de trabalho. O trabalho discute algumas destas estas questões a partir de levantamento bibliográfico e da experiência empírica sobre os temas em questão, apontando, analisando e realizando um contraponto entre as potencialidades das ferramentas disponíveis e as dificuldades na sua implantação nas empresas do segmento de AEC. O texto está estruturado da seguinte forma: 1 - Estado da arte das tecnologias computacionais (desenvolvimento do CAD ao BIM); 2 - BIM e TIC: conceitos e principais ferramentas disponíveis; 3 – Discussão dos aspectos metodológicos necessárias à incorporação destas tecnologias com ganhos quantitativos e qualitativos; 4 - Implicações na adoção destas tecnologias: riscos e potencialidades, e 5 - Considerações finais. Não se pretende esgotar a discussão das questões apontadas mesmo porque muitas delas estão em aberto ou sequer formuladas, mas contribuir para a discussão da temática fazendo com que a adoção de métodos e ferramentas possam se dar em ritmo mais acelerado e com benefícios efetivos para o segmento da Construção Civil, do produtor de matérias primas ao usuário final. |