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O ensino à distância no campo da arquitetura ainda não se consolidou, a despeito das intensas pesquisas feitas nos centros avançados de pedagogia arquitetônica. No caso brasileiro tais investigações são ainda mais incipientes, mesmo com um crescente número de pesquisadores se debruçando sobre o assunto e alguns experimentos sendo levados a cabo. Alguns autores observam, no entanto, que estes experimentos ‘virtuais’ tem apontado a importância do lugar físico como elemento de articulação de processos de interação e cognição, o que tem levado à pesquisas de ambientes híbridos (físico/digital) para o suporte ao ensino à distância. Partindo dessa constatação, a pesquisa aqui apresentada tem como objetivo a implementação de uma estrutura física e metodológica para fomentar a espacialização do trabalho cooperativo e de ensino à distância dentro da realidade das escolas de arquitetura brasileiras. Tendo como base o conceito de ‘laboratórios-geminados”, a pesquisa se dá através da cooperação entre dois laboratórios geograficamente separados: o LAGEAR – Laboratório Gráfico para Experimentação Arquitetônica da UFMG em Belo Horizonte e o LCG – Laboratório de Computação Gráfica da UFU em Uberlândia. O objetivo final é que os dois laboratórios estejam conectados todo o tempo de seu funcionamento, através do compartilhamento de projeções, sons e outros dados. A pesquisa está planejada para um período de aproximadamente 3 anos: o primeiro ano dedicado à implementação da estrutura físico-espacial, desenvolvimento de conteúdos e metodologias; o segundo ano dedicado aos testes e avaliações da estrutura físico-espacial, dos conteúdos e da metodologia desenvolvidos; o terceiro ano será dedicado à ampliação da pesquisa a outras universidades. No atual estágio da pesquisa, após o levantamento das possibilidades de viabilização técnica dentro das respectivas universidades, temos mantido uma conexão provisória entre os laboratórios, ainda não totalmente espacializada, mas que tem dado suporte ao desenvolvimento dos aparatos para a conexão mais ampla. No que diz respeito ao desenvolvimento de metodologias de ensino, foram criadas várias mídias para apoio didático, assim como foi feito um mapeamento de materiais similares já disponíveis na Internet. Foi realizado também um experimento visando o levantamento de informações para o desenvolvimento de processos de ensino e aprendizagem baseados na cooperação entre colegas. Durante uma semana os alunos de Uberlândia visitaram Belo Horizonte e participaram de um grande workshop onde desenvolveram um projeto ligado à criação de espaços interativos. Os trabalhos das equipes mistas (BH/Uberlândia) foi baseado (i) na interação informal, (ii) na colaboração estimulada entre colegas e (iii) na idéia de aprender fazendo. O que podemos concluir até o presente desenvolvimento da pesquisa é que as dificuldades tem sido mais banais do que esperávamos. As habituais dificuldades no desenvolvimento da pesquisa no Brasil aparecem aqui: a ausência de infra-estrutura institucional de apoio aos professores e pesquisadores dificulta sobremaneira a realização de tarefas relativamente simples. No entanto estas dificuldades operacionais são compensadas pela criatividade das pessoas envolvidas e pelo entusiasmo dos alunos quando confrontados com uma estrutura de aprendizado/ensino que ao mesmo tempo confere mais liberdade e propõe maiores desafios. |