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Diversos estudiosos consideram o momento em que a nossa civilização atravessa como único, que deverá impactar de forma significativa o futuro do planeta. Nosso planeta nunca foi mostrado de forma tão reduzida – e frágil. Junto com diversos discursos pessimistas, surgem cada vez mais vozes que buscam mostrar a importância de garantir o futuro de nossos descendentes, ao mesmo tempo em que devemos conhecer, aceitar e valorizar o Outro, o estrangeiro. Thomas Friedman (2005) credita à “Revolução da Internet” e às novas “ferramentas para a colaboração”, as potencialidades deste momento e destaca a importância de direcioná-las para uma “imaginação positiva”. O ensino de Arquitetura e Urbanismo na América Latina apresenta um potencial único neste contexto. Embora as universidades mais poderosas, principalmente do hemisfério norte, ainda atuem como importantes nós de conhecimento, a Internet propõe uma rede não hierárquica, onde a informação mais atual e relevante pode brotar em qualquer lugar. A rede aberta coloca novos desafios para as dificuldades enfrentadas por nossas universidades, ao arcar com os elevados custos de aquisição do crescente material bibliográfico, produzido em cada área. Na mesma direção destacada por Friedman, nossa tarefa é direcionar esforços para aproveitar ao máximo este momento, e de forma positiva. A influência do ambiente construído, para uma sociedade mais sustentável, é evidente e comprovada. Arquitetos e urbanistas estão em uma posição de destaque, como não possuíam há séculos. Projetos de pequenas residências até grandes planos urbanos afetam de forma significativa o uso de recursos naturais, a produção de dejetos e gases nocivos, o compartilhamento de possibilidades e a interação entre as pessoas. Estudos e pesquisas realizados nos principais centros dessas áreas estão disponíveis gratuitamente através da Internet. É essencial estimular os estudantes à reflexão crítica e à participação ativa nesta cadeia, através dos seus próprios trabalhos. Distâncias e desigualdades podem ser reduzidas, não só na relação com os nós de maior concentração, mas também entre as nossas universidades mais ricas e outras mais carentes. Isso pode ser obtido através de iniciativas relativamente simples, como garantindo o acesso à Internet nas salas de aulas. Esta mudança de comportamento já está presente no cotidiano dos estudantes, assim a transformação necessária deve partir dos professores que necessitam alterar seus métodos e tecnologias de ensino, estimulando formas colaborativas de trabalho, cooperação intelectual, compartilhamento de informação, disponibilização de material na Internet, debates sobre conferências, artigos ou projetos disponíveis na rede, etc. Ambientes virtuais desenvolvidos para aprendizagem são ferramentas poderosas neste contexto, não apenas para o ensino a distância, mas na aprendizagem presencial. Vários ambientes desta natureza estão em desenvolvimento em nossas instituições e muitos outros estão disponíveis para o nosso uso. Nosso trabalho completo propõe a discussão destas questões a partir de soluções adotadas em uma disciplina de projeto de edifícios residenciais multifamiliares. Neste curso presencial, os estudantes são estimulados a buscar soluções sustentáveis para seus projetos através do uso de modelos 3D, em um ambiente virtual de aprendizagem, com links para páginas de blogs, vídeos, instituições de pesquisa, projetos arquitetônicos, etc. |